Manuel Carlos me ouviu
Temo estar sendo repetitivo e com isso fastidiar o público que visita este blog em busca unicamente de links para fotos de vagabundas com esperma pingando do nariz. É um risco sério, que engendra outro, igualmente considerável, de o leitor passar a dar mais atenção à lista de compras que digita no Excel -- onde abundam berinjelas hirtas e pretas, nabos delgados, salames e mandiocas longilíneos -- do que a estes meus escritos.
E, no entanto, não posso abandonar minha queixa recorrente sobre os sucedâneos que sou obrigado a buscar para os filmes de sacanagem a que não tenho mais acesso desde que minha senhora cortou minha assinatura do Sexy Hot. Esta carência de imagens de xavascas arreganhadas em cinemascope na minha nova TV de 36 polegadas tem feito de mim um leitor voraz de guias de programação e de tudo o que é sinopse de novela, em busca sempre de programas que justifiquem umas duas punhetas antes do Jornal da Globo.
Esta longa introdução para explicar por que eu -- insuspeito chupador de bucetas, para usar uma expressão imortalizada pelo sr. Luiz Pareto (resquiecat in pace) -- ando lendo matérias como esta, de O Dia, sobre futuras cenas de sacanagem na novela Páginas da Vida.
Na verdade, devo a descoberta a meu amigo Valido Platero, que folheava o aristocrático jornal carioca enquanto uma sua amante servidora pública estadual -- e portanto assinante d’O Dia -- proporcionava-lhe um deep throat mais passável do que competente, na sala ao lado do gabinete do reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Caralhos que me fodam”, exclamou o Valido ao ler a notícia, despertando a atenção do reitor, que abriu a porta com visível interesse no assunto “caralhos”. O bom Valido, sem dar muita importância a Sua Magnificência, ponderou e obtemperou: “O engenheiro Pascucci começa a ser reconhecido como um fator real de poder da crítica televisiva brasileira. Manuel Carlos cedeu às pressões.”
E, de fato, após minhas queixas, aqui neste blog, sobre a escassez de cenas de lesbianismo e putarias equivalentes na novela das oito, o sr. Manuel Carlos parece ter entendido que, no Brasil de hoje, qualquer novela que dispense a audiência heterossexual masculina será considerada um fracasso rotundo de público e renda, botando em risco suas despesas extravagantes com comida de gatos, blazers para ir a vernissages, viagens semestrais a San Francisco e pay-per-view dos jogos do Fluminense.
De modo que agora O Dia nos dá conta de que o invertido autor “prepara outro strip-tease de Ana Paula Arósio” e de que, “além disso, [...] pretende movimentar a trama com as aventuras amorosas de Giselle (Pérola Faria) e Luciano (Rafael Almeida), que perderão a virgindade”.
Muito bem. Muito promissor. É um bom começo. Reparem, no entanto, que o xibungo autor não diz que Giselle e Luciano perderão a virgindade um com o outro. Meu temor é que, conhecendo as preferências do sr. Manuel Carlos, ele já tenha idealizado uma cena em que o moçoilo pianista é enrabado furiosamente pelo crioulo da novela em cima de seu piano de cauda.
Se é esse o caso, e se ainda assim o teledramaturgo dá algum valor às opiniões que tenho ventilado neste espaço, uma cena assim degradante bem poderia ser compensada com um pouco de criatividade na outra ruptura de cabaço, o da Giselle. Acho que o assunto bem merecia uma intervenção mais ativa do público telespectador, que deveria ser instado a pronunciar-se a respeito, telefonando para distintos 0800 (à maneira do Big Brother) para escolher as circunstâncias em que a bulímica porém chupável adolescente fará a grand première de sua buceta.
Minha sugestão é de uma cena em que o alcoólatra da novela chega de porre, engana-se de apartamento, encontra a moçoila em trajes menores no sofá e lhe dá uma surra de caralha histórica, do nível da que Astério dá em Elisa no último capítulo de Tieta do Agreste, mas que outro teledramaturgo pederasta preferiu não reproduzir na novela de 1989.
E, no entanto, não posso abandonar minha queixa recorrente sobre os sucedâneos que sou obrigado a buscar para os filmes de sacanagem a que não tenho mais acesso desde que minha senhora cortou minha assinatura do Sexy Hot. Esta carência de imagens de xavascas arreganhadas em cinemascope na minha nova TV de 36 polegadas tem feito de mim um leitor voraz de guias de programação e de tudo o que é sinopse de novela, em busca sempre de programas que justifiquem umas duas punhetas antes do Jornal da Globo.
Esta longa introdução para explicar por que eu -- insuspeito chupador de bucetas, para usar uma expressão imortalizada pelo sr. Luiz Pareto (resquiecat in pace) -- ando lendo matérias como esta, de O Dia, sobre futuras cenas de sacanagem na novela Páginas da Vida.
Na verdade, devo a descoberta a meu amigo Valido Platero, que folheava o aristocrático jornal carioca enquanto uma sua amante servidora pública estadual -- e portanto assinante d’O Dia -- proporcionava-lhe um deep throat mais passável do que competente, na sala ao lado do gabinete do reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Caralhos que me fodam”, exclamou o Valido ao ler a notícia, despertando a atenção do reitor, que abriu a porta com visível interesse no assunto “caralhos”. O bom Valido, sem dar muita importância a Sua Magnificência, ponderou e obtemperou: “O engenheiro Pascucci começa a ser reconhecido como um fator real de poder da crítica televisiva brasileira. Manuel Carlos cedeu às pressões.”
E, de fato, após minhas queixas, aqui neste blog, sobre a escassez de cenas de lesbianismo e putarias equivalentes na novela das oito, o sr. Manuel Carlos parece ter entendido que, no Brasil de hoje, qualquer novela que dispense a audiência heterossexual masculina será considerada um fracasso rotundo de público e renda, botando em risco suas despesas extravagantes com comida de gatos, blazers para ir a vernissages, viagens semestrais a San Francisco e pay-per-view dos jogos do Fluminense.
De modo que agora O Dia nos dá conta de que o invertido autor “prepara outro strip-tease de Ana Paula Arósio” e de que, “além disso, [...] pretende movimentar a trama com as aventuras amorosas de Giselle (Pérola Faria) e Luciano (Rafael Almeida), que perderão a virgindade”.
Muito bem. Muito promissor. É um bom começo. Reparem, no entanto, que o xibungo autor não diz que Giselle e Luciano perderão a virgindade um com o outro. Meu temor é que, conhecendo as preferências do sr. Manuel Carlos, ele já tenha idealizado uma cena em que o moçoilo pianista é enrabado furiosamente pelo crioulo da novela em cima de seu piano de cauda.
Se é esse o caso, e se ainda assim o teledramaturgo dá algum valor às opiniões que tenho ventilado neste espaço, uma cena assim degradante bem poderia ser compensada com um pouco de criatividade na outra ruptura de cabaço, o da Giselle. Acho que o assunto bem merecia uma intervenção mais ativa do público telespectador, que deveria ser instado a pronunciar-se a respeito, telefonando para distintos 0800 (à maneira do Big Brother) para escolher as circunstâncias em que a bulímica porém chupável adolescente fará a grand première de sua buceta.
Minha sugestão é de uma cena em que o alcoólatra da novela chega de porre, engana-se de apartamento, encontra a moçoila em trajes menores no sofá e lhe dá uma surra de caralha histórica, do nível da que Astério dá em Elisa no último capítulo de Tieta do Agreste, mas que outro teledramaturgo pederasta preferiu não reproduzir na novela de 1989.