Reagindo à diversidade
Dia desses, enquanto eu escalavrava o catramelo para a Renata Vasconcellos do Bom Dia Brasil, o carteiro jogou por baixo de minha porta um envelopinho cor-de-rosa selado com uma estampilha comemorativa dos cem anos do Fluminense Football Club. Achei que ele pudesse ter-se enganado de porta, já que no apartamento ao lado mora um antropólogo que vive com um sobrinho de dezenove anos — ambos, o leitor há de convir comigo, destinatários mais prováveis de um envelope com essa aparência do que este insuspeito apreciador de buçanhas.
E, no entanto, era o meu santo nome o que figurava no campo destinatário.
Abri a correspondência com certa desconfiança, temeroso de que dali pudesse sair um convite para um vernissage, um aviso de que eu passaria a receber, de graça, as próximas seis edições da revista Arquitetura & Construção ou, pior ainda, de que dali saltasse uma hirsuta trosoba hirta e cheia de veias.
Mais uma vez, a realidade provou ser ainda mais feia do que minha imaginação.
Era um cartão de um colega de trabalho, um sujeito esquisitão de cavanhaque que faz spinning e aprecia jazz. No cartão, um desenho da Rena do Nariz Vermelho saltitando para fora de um guarda-roupa de menina. O texto notificava que o signatário resolvera "sair do armário" e dava ciência a todos de sua "orientação sexual".
Imediatamente, fui ao baú onde guardo minhas revistas de sacanagem e passei mais de três horas num laborioso exercício de recorte e colagem. Montei um bonito painel onde abundavam furingos femininos recém perfurados, colegiais de sainhas escocesas mamando caralhas de dimensões consideráveis, lésbicas contorcionistas em inverossímeis posições de tribadismo, bucetões felpudos das mais diversas variedades, etnias e envergaduras e uma ou duas imagens de moçoilas submetidas à experiência pouco higiênica do facial cumshot. Botei o resultado num envelope e mandei entregar na casa do meu colega pederasta.
O perobo não gostou. No dia seguinte, quando eu me dispunha a convocar uma de minhas estagiárias de Comunicação da PUC para treiná-la na prática do deep throat, o baitolo interrompeu o ponto do croché e entrou em minha sala para tirar satisfações, com o dorso da mão na cintura. Perguntou-me a razão de eu enviar-lhe tamanha grosseria pelo correio.
Expliquei-lhe paciente e didaticamente o seguinte: que eu respeito sua "orientação sexual"; que acho que ele tem o direito inalienável de fazer o que bem entender de seu anel rugoso, inclusive dá-lo, emprestá-lo, alugá-lo, cedê-lo em leasing ou comodato ou qualquer outra forma de alienação prevista na legislação civil e/ou comercial vigente; que, no entanto, o que ele faz entre quatro paredes com um ou mais marmanjos barbudos não é de minha conta, e que eu, homem casto de vida regrada, tenho o direito de me sentir ofendido ao tomar conhecimento desnecessariamente das preferências sexuais de outrem; que, no final das contas, o que ele fez ao mandar-me o cartão do Bambi saindo do armário nada mais era do que comunicar-me que ele aprecia um jonjolo fumegante a magoar-lhe a parede interior dos intestinos; e que, portanto, se ele tinha o direito de compartilhar tais intimidades comigo, eu também me sentia no direito de compartilhar com ele minhas predileções por rosáceos cus femininos, xavascas felpudas e mulheres que aceitam de bom grado um jato de esperma nos olhos (os do rosto).
A Companhia agora estuda a possibilidade de submeter-nos todos a um curso de sensibilização à diversidade sexual. Não entendi bem do que se trata, mas suspeito que tenha a ver com sacanagem. Devem ter ficado deveras impressionados com a diversidade de práticas com que ilustrei o meu painel.
E, no entanto, era o meu santo nome o que figurava no campo destinatário.
Abri a correspondência com certa desconfiança, temeroso de que dali pudesse sair um convite para um vernissage, um aviso de que eu passaria a receber, de graça, as próximas seis edições da revista Arquitetura & Construção ou, pior ainda, de que dali saltasse uma hirsuta trosoba hirta e cheia de veias.
Mais uma vez, a realidade provou ser ainda mais feia do que minha imaginação.
Era um cartão de um colega de trabalho, um sujeito esquisitão de cavanhaque que faz spinning e aprecia jazz. No cartão, um desenho da Rena do Nariz Vermelho saltitando para fora de um guarda-roupa de menina. O texto notificava que o signatário resolvera "sair do armário" e dava ciência a todos de sua "orientação sexual".
Imediatamente, fui ao baú onde guardo minhas revistas de sacanagem e passei mais de três horas num laborioso exercício de recorte e colagem. Montei um bonito painel onde abundavam furingos femininos recém perfurados, colegiais de sainhas escocesas mamando caralhas de dimensões consideráveis, lésbicas contorcionistas em inverossímeis posições de tribadismo, bucetões felpudos das mais diversas variedades, etnias e envergaduras e uma ou duas imagens de moçoilas submetidas à experiência pouco higiênica do facial cumshot. Botei o resultado num envelope e mandei entregar na casa do meu colega pederasta.
O perobo não gostou. No dia seguinte, quando eu me dispunha a convocar uma de minhas estagiárias de Comunicação da PUC para treiná-la na prática do deep throat, o baitolo interrompeu o ponto do croché e entrou em minha sala para tirar satisfações, com o dorso da mão na cintura. Perguntou-me a razão de eu enviar-lhe tamanha grosseria pelo correio.
Expliquei-lhe paciente e didaticamente o seguinte: que eu respeito sua "orientação sexual"; que acho que ele tem o direito inalienável de fazer o que bem entender de seu anel rugoso, inclusive dá-lo, emprestá-lo, alugá-lo, cedê-lo em leasing ou comodato ou qualquer outra forma de alienação prevista na legislação civil e/ou comercial vigente; que, no entanto, o que ele faz entre quatro paredes com um ou mais marmanjos barbudos não é de minha conta, e que eu, homem casto de vida regrada, tenho o direito de me sentir ofendido ao tomar conhecimento desnecessariamente das preferências sexuais de outrem; que, no final das contas, o que ele fez ao mandar-me o cartão do Bambi saindo do armário nada mais era do que comunicar-me que ele aprecia um jonjolo fumegante a magoar-lhe a parede interior dos intestinos; e que, portanto, se ele tinha o direito de compartilhar tais intimidades comigo, eu também me sentia no direito de compartilhar com ele minhas predileções por rosáceos cus femininos, xavascas felpudas e mulheres que aceitam de bom grado um jato de esperma nos olhos (os do rosto).
A Companhia agora estuda a possibilidade de submeter-nos todos a um curso de sensibilização à diversidade sexual. Não entendi bem do que se trata, mas suspeito que tenha a ver com sacanagem. Devem ter ficado deveras impressionados com a diversidade de práticas com que ilustrei o meu painel.
12 Comments:
kra jah q tu num tm msn fais um pra tu velho!!!
eu so teu fã!
www.hotmail.com.br
tu num sebe o q eh um msn?...
c naum sabe mi manda um e-mail dizendo q naum sabe ! q eu t ensino.. mais ow.. mi add ai!!
iag0_@Hotmail.com
isso tbm eh e-mail...
kara tu eh meu idolo!
CARA VC É MEU MESTRE!! Amo seus textos!!!
Continue assim!
Genio
com mil caralhas hirtas e fumegantes!
o seu texto é genial.
genial.
meus parabéns.
Esses textos são como vinho, só melhoram com o passar do tempo.
Mesmo já tendo lido os textos aqui presentes, sempre estou a voltar para ler tudo novamente (e rir com eles novamente).
Continue assim mestre Olavo.
Ps: Como seu fã e um grande apreciador de buçanhas, recomendo que procure escolher estagiárias da FAAP, pois são tão putas quanto as da PUC e são muito mais gostosas (literalmente).
Afinal, comestes o colega ou não?
Faço minhas as vossas palavras, mas tão somente elas, pois receio ver-me confundido (disse confundido mesmo) com este seu colega recém saído do gabinêt.
Realmente voltarei inúmeras vezes para enriquecer (disse enriquecer, não enrijecer) meu parco vocabulário.
Por fim, pergunto-lhe: seu colega de trabalho fez o que com o "anel rugoso", dentre aquelas formas jurídicas escritas? Será ter-se decidido pela dação em pagamento?
Aperto de mão.
Meu caro anônimo, suponho que o meu colega seja praticante de toda e qualquer forma de alienação de seu anel rugoso. É o que deduzo de seu cavanhaque, sua predileção por jazz e sua prática regular de spinning.
onwage total, vc eh meu sensei! pena q n aparece uma opoturnindade dessas pra mim faze uma coisa parecida, so q claru, pra n t copia 100%, em veiz d um collage eu madaria logo um DVD!
Olavo,
Como diria um velho camarada meu: que texto do catano!!!
Até...
Li várias das bobagens que vc escreve aqui...
Meu diagnóstico - de jovem moça, bonita e desejada - é que vc não admite que está velho, vive fazendo plástica e, pior, alardeia tanta virilidade porque, evidentemente, seu pau é minúsculo.
Babaca !
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